Vai plantar soja? Saiba quais são os 5 países que mais compram
A soja é uma das mais importantes commodities do país e a principal representante do agronegócio brasileiro. Uma cultura comercial que começou timidamente no Rio Grande do sul, ainda em 1924, se expandiu até atingir a marca de 47,61 milhões de hectares plantados em 2025, de acordo com um levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
Segundo dados do COMEX STAT, sistema oficial de dados do comércio exterior brasileiro, a soja foi o segundo produto mais exportado em 2024, representando 12,7% do total de exportações brasileiras, ficando atrás apenas do petróleo em seu estado bruto, que marcou a faixa de 13,3% das exportações.
Traduzindo esses números para quantidades mais palpáveis, foram 98,8 milhões de toneladas de soja que resultaram no ingresso de 42,9 bilhões de dólares no país, enquanto o petróleo marcou a faixa de 45 bilhões de dólares no mesmo período.

O tamanho dessa cifra reforça a imponência do Agronegócio brasileiro, demonstrando sua real importância para a economia. Assim, os valores apresentados mostram que frases como “O Agro é o motor do Brasil” ou “é o Agro quem sustenta o país” são sempre bem fundadas na realidade dos fatos.
Mas de onde vem todo esse dinheiro? Para quem vendemos essa quantidade impressionante de soja? Quais são os principais parceiros do Brasil nesse importante nicho do Agronegócio?
Os principais compradores da soja brasileira
1. China
De acordo com o COMEX STAT, o principal comprador da soja brasileira foi a China, sendo responsável por impressionantes 73,3% do volume total das exportações. Traduzindo essa porcentagem para dólares americanos, o gigante asiático desembolsou a soma de 31,5 bilhões ao longo do ano de 2024, sendo, de longe, o parceiro comercial mais importante do setor.

A destinação da soja brasileira, via de regra, encontra seu fim na alimentação dos rebanhos chineses, principalmente de suínos. A carne encontra uma demanda interna fortíssima, uma vez que o país contém a segunda maior população do mundo.
Além de possuir a segunda maior população do mundo (sendo a Índia o primeiro colocado), a China também garante o segundo lugar no ranking de maiores economias do planeta, com um PIB de 18,74 trilhões de dólares. O primeiro lugar segue sendo dos Estados Unidos, com um PIB de 29,18 trilhões de dólares no ano de 2024.
2. Espanha
Em segundo lugar no ranking de exportação de soja temos a Espanha, representando apenas 4,2% do total de exportações. A cifra, modesta quando comparada à chinesa, se traduz em 1,8 bilhões de dólares, 29, 7 bilhões a menos que o primeiro colocado.

Vale lembrar que a Espanha integra a União Europeia, sendo a quarta maior economia do bloco, ostentando um PIB de 1,7 trilhão de dólares no ano de 2024, de acordo com dados do Banco Mundial.
É importante destacar que as relações comerciais entre Brasil e Espanha possuem uma base extremamente sólida. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a Espanha é o segundo principal investidor direto estrangeiro no Brasil há mais de duas décadas, com uma média de 3,3 bilhões de dólares anuais que são aplicados no nosso país.
3. Tailândia
O terceiro país da lista é a Tailândia, com uma participação de 3,6% do total das exportações de soja. Isso equivale à soma de 1,5 bilhão de dólares advindos do país do sudeste asiático.

Apesar de possuir um território relativamente pequeno, com 513.120 Km², a Tailândia possui a vigésima maior população do mundo, com 71,67 milhões de pessoas, o que ajuda a entender a importação de grandes quantidades de alimentos.
4. Turquia
Em quarto lugar temos a Turquia, com 2,3% do total das exportações. Isso representa a soma de 1 bilhão de dólares americanos advindos desse país.

As relações comerciais entre Brasil e Turquia são mais antigas do que geralmente esperamos. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o início das negociações entre os dois países remonta ao distante ano de 1858, quando os dois Estados ainda eram Impérios.
No ano de 2024, a soja representou 26% das exportações brasileiras para a Turquia, seguida do algodão (12%), do minério de ferro (9.6%) e do café (8%). Já na via das importações, temos um destaque para produtos manufaturados, como motores e maquinário não elétrico (14,7%), e partes e acessórios de veículos automotores (12,2%).
5. Irã
Por fim, o último país do nosso ranking de exportação de soja é o Irã, com 1,9% do total exportado. Isso representa 826,5 milhões de dólares que ingressaram no Brasil em 2024.

O irã é um importante parceiro comercial para o agronegócio brasileiro. Além da soja, que representa 27,5% das exportações totais para o país, o Irã também compra muito milho (30,7% do total), e também farelos de soja e outros alimentos para animais (27,6%). De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil foi superavitário em 2,94 bilhões de dólares quando negociando com o Irã em 2024.
Aqui cabe destacar que a soja e o farelo de soja são vendidos no mercado internacional como produtos diferentes, mesmo que tenham a mesma origem. A razão dessa diferenciação está na adoção do Sistema Harmonizado (SH), elaborado pela Organização Mundial das Alfândegas (OMA).
O sistema compreende cerca de 5 mil mercadorias catalogadas por códigos numéricos, visando ordenar as compras e vendas dos mais variados produtos, oriundos dos mais variados países.
Organizando os 5 países em uma tabela, temos as seguintes informações:

O Brasil como celeiro do mundo
Essa quantidade impressionante de soja exportada reforça a posição do Brasil como Celeiro do Mundo. A expressão é usada para descrever países ou regiões que são referência na produção de alimentos, sendo verdadeiros alicerces da economia global.

Nesse sentido, o Brasil contribui não apenas com a soja, mas também com quantidades expressivas de milho (39,8 milhões de toneladas exportadas); café (2,8 milhões de toneladas) e carne bovina fresca (2,5 milhões de toneladas). Esses dados também são do ano de 2024, retirados da COMEX STAT.
Assim, o Agronegócio brasileiro, motor do país e mantenedor do celeiro do mundo, tem seu papel devidamente destacado. Não só a soja, mas também os outros alimentos que aqui são produzidos movimentam uma economia bilionária que está cada dia mais inovadora.
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Sylvio Liquez Schirmer
Jornalista e Bacharel em Direito